Bolsonaro em Prisão Domiciliar: Decisão do STF e Protestos em Todo o Brasil

Decisão do STF: Prisão Domiciliar de Jair Bolsonaro
Na segunda-feira, 4 de agosto de 2025, o ministro Alexandre de Moraes ordenou que Jair Bolsonaro cumprisse prisão domiciliar em sua mansão alugada em Brasília.
A decisão veio após Bolsonaro supostamente violar uma proibição de usar redes sociais, participando de uma manifestação em Copacabana, Rio de Janeiro, no dia 3 de agosto, por meio de uma ligação telefônica amplificada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro.
Um vídeo dessa interação foi postado e posteriormente removido das redes sociais por Flávio, o que foi considerado uma infração das medidas cautelares.
Como parte da ordem, a Polícia Federal confiscou todos os celulares na residência de Bolsonaro, e visitas foram restritas a familiares próximos e advogados, que estão proibidos de usar dispositivos móveis, tirar fotos ou gravar vídeos.
A decisão do STF também reforça medidas anteriores, como o uso de uma tornozeleira eletrônica, imposta em 18 de julho de 2025, devido a temores de que Bolsonaro pudesse fugir do país.
Protestos em Apoio a Bolsonaro
No dia 3 de agosto, vésperas da ordem de prisão domiciliar, milhares de apoiadores de Bolsonaro realizaram protestos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
As manifestações, que pediam a anistia para os envolvidos na suposta tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, também expressaram apoio ao ex-presidente e agradecimentos ao presidente dos EUA, Donald Trump. Manifestantes exibiram bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, além de cartazes com mensagens como “Obrigado, Trump”.
Os protestos refletem a polarização política no Brasil, com apoiadores de Bolsonaro criticando o STF e o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em São Paulo, a repórter Monica Yanakiew, da Al Jazeera, observou a forte presença de símbolos americanos, indicando o impacto da intervenção de Trump no cenário político brasileiro.
Tarifas de Trump e Tensão Diplomática
A crise política no Brasil ganhou uma dimensão internacional com a intervenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em 1º de agosto de 2025, Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, citando a suposta “perseguição política” contra Bolsonaro como uma das justificativas. Ele também sancionou Alexandre de Moraes sob a Lei Magnitsky, acusando-o de violações de direitos humanos e censura.
Trump enviou uma carta ao presidente Lula em 9 de julho de 2025, exigindo o fim das acusações contra Bolsonaro, chamando o processo de “caça às bruxas”. O Departamento de Estado dos EUA, liderado pelo secretário Marco Rubio, revogou os vistos de Moraes e outros juízes do STF, intensificando as tensões diplomáticas.
No entanto, as ações de Trump parecem ter gerado um efeito contrário ao esperado. Lula ganhou apoio em pesquisas de opinião, com muitos brasileiros vendo as tarifas como uma afronta à soberania nacional.
O jornal Estado de São Paulo criticou Bolsonaro, sugerindo que sua associação com Trump prejudica os interesses econômicos do Brasil, especialmente em setores como agronegócio, que dependem das exportações para os EUA.
Contexto do Julgamento de Bolsonaro
Bolsonaro enfrenta um julgamento no STF por seu suposto envolvimento em uma tentativa de golpe após sua suposta derrota nas eleições de 2022 para Lula.
As acusações incluem tentativa de golpe, abolição violenta do estado democrático de direito, organização criminosa e até conspiração para assassinar Lula e Alexandre de Moraes. Se condenado, ele pode enfrentar até 43 anos de prisão.
Em março de 2025, um painel de cinco juízes do STF decidiu por unanimidade que Bolsonaro deveria ser julgado por conspirar contra Lula.
O julgamento começou em 19 de maio de 2025, e a expectativa é que o veredicto seja anunciado em agosto ou setembro de 2025.
Além disso, Bolsonaro enfrenta outras acusações, como lavagem de dinheiro relacionada a diamantes não declarados recebidos da Arábia Saudita e fraude em registros de vacinação contra a COVID-19.
Ele também está inelegível até 2030, conforme decisão da Justiça Eleitoral, o que levou aliados a considerarem outros candidatos para as eleições de 2026, como Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.
Reações e Impacto Político
A decisão de prisão domiciliar e as tarifas de Trump geraram reações intensas. No X, posts de @FlavioBolsonaro e @BolsonaroSP (atribuído a Eduardo Bolsonaro) criticaram Alexandre de Moraes, chamando-o de autoritário e alegando que a prisão de Bolsonaro é injusta e sem base criminal.
Esses posts refletem o sentimento de indignação entre os apoiadores de Bolsonaro, mas não são evidências factuais.
Por outro lado, aliados de Lula, como o congressista José Guimarães e a ministra Gleisi Hoffmann, classificaram as ações de Trump como um “ataque à democracia brasileira” e uma tentativa de interferência na justiça do país. Políticos conservadores, como João Amoêdo e Eduardo Leite, também condenaram a interferência estrangeira.
Uma pesquisa do Datafolha de abril de 2025 indicou que 52% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro deveria ser preso por tentativa de golpe, embora muitos duvidem que isso ocorrerá. A prisão domiciliar e as tensões com os EUA podem aumentar ainda mais a polarização no Brasil.
Conclusão
A ordem de prisão domiciliar de Jair Bolsonaro em 4 de agosto de 2025 marca um novo capítulo na crise política brasileira. A decisão do STF, os protestos de apoio ao ex-presidente e as tarifas impostas por Donald Trump destacam a complexidade do cenário atual, com implicações políticas, econômicas e diplomáticas.
Enquanto o julgamento de Bolsonaro se aproxima de um veredicto, o Brasil enfrenta um momento de divisão, com impactos que podem moldar as eleições de 2026 e as relações internacionais do país.
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